Onde está Deus, além de estar no meu desejo de achá-lo? Que espaço meu Pai ocupa em minha mente e meu coração, sendo que minha mente esta cheia de preocupações, preocupação com meus trabalhos, vícios, vaidades... Quando finalmente descanso minha mente se ocupa com pensamentos vans e pouco edificantes. Parece que tudo pra que fui feito se afastou de mim. Fui criado para a felicidade e me afastei da presença de Deus. Presença da qual longe não há felicidade. E agora me encontro na miséria e na solidão para a qual não fui, certamente, feito. Onde será que repousa a bondade, a vida serena e alva que foi, em mim, se inquietando e escurecendo na medida em que cresci? Quão miserável é a sorte do homem que perdeu aquilo por que foi feito e agora tudo deseja e nada tem: "... nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus." (At 20 : 24)
No entanto antes dormia sem dar conta de que Ele me vigiava, como um pai vigia um filho logo após reprimi-lo. Tinha a falsa paz que muitos gozam, porém, minha inquietude continuava mansa, como se Sua paciência fosse eterna para com Seus filhos. Nunca vi teu rosto, Senhor. Mais sei que tu me escutas atenciosamente. Sei também que Tua voz que me responde chega baixa aos meus ouvidos. Turva, talvez, pela maldade que habita em minha carne e sei que não sou digno de ouvi-lo assim como me ouves.
Que o Senhor ensine meu coração como procurar-te. Se tu estas por toda parte, por que não te vejo aqui? Certamente habitas uma luz inacessível. Mas onde esta essa luz inacessível? E como chegar a ela? -“Quero teu rosto; busco com ardor teu rosto, ó Senhor.” (Sl 2). Sei que estais por toda a parte, nos meus mais íntimos desejos de servi-lo, ainda que minha carne não te encontre o coração que Tu mesmo criaste vai ir ao Teu encontro, meu Senhor. Tens me livrado de tantas coisas más, de tantas armadilhas. Não posso trair Tua gratidão e não te louvar por cada suspiro meu (Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor." Lm 3 : 56) porque sei que Tua mão me cobre e me guarda. Compreendes tão bem nossos esforços pra chegar a Ti.                                         És tão paciente que Tua grandeza me envergonha e não sei te agradecer da maneira mais valorosa que mereces. Só me curvar não é o bastante e nem todo jejum e nem toda oração é o bastante diante do que já tens feito por nós. Só Tua misericórdia é que nos salva e Teu amor é o que nos sustenta. Obrigado pela imagem Tua que ainda conservas em mim, pois é essa imagem que eu tanto amo e que me aquece sem que eu me dê conta de que és Tu o motor que gera vida e luz em mim. E não deixes, Senhor, que esta Tua imagem se apague em mim e eu adormeça num sono eterno.

 

Queridos amigos, queria aqui falar sobre a vaidade do homem. sobre a minha própria vaidade de pedir a Deus mais do que preciso para o meu sustento e as coisas temporais que enfraquece o espírito, pois o erro do homem está, também, em por em suas orações os desejos sobre os bens matérias, os quais não entrarão no reino dos céus e não gozaremos deles na vida eterna. Esquecemos, por vezes, de colocar em nossas súplicas que Deus interceda por nossas almas e nos desvencilhe dos sentidos que nos aproximam do pecado: "Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas." (II Coríntios 4, 18).
O pai nos ensina a pedirmos o pão de cada dia. De cada dia para que nunca nos falte asriquezas terrenas e ainda para que não comamos, em excesso, do pão (bens) fora do tempo. Evitar, devemos,  a avidez dos bens terrenos, pois há muitos que não se contentam com aquilo que tem e com voracidade desejam ainda mais. Há homens que morrem par causa de suas riquezas.   Senhor, não me deis nem a Pobreza nem a riqueza: dai-me somente o que for necessário para viver, dizem os Provérbios (30, 8).
Assim, além de nos preocuparmos com os bem espirituais devemos também vigiar os nossos proventos terrenos para que tudo que possuirmos na terra nos seja dado em perfeição nos céus. Se enchermos nossos espíritos de riquezas temporais, que espaço teremos em nossas almas para que o Espírito Santo haja sobre nós?
O desejo moderado sobre os bens temporais devem sempre ser deixados abaixo das confissões de amor para com nossos semelhantes e essencialmente para com Deus. Se esquecermos de nós mesmo e, por piedade e compaixão, ajudarmos nossos semelhantes, estaremos mais próximos de Deus, pois Cristo usou da mais perfeita compaixão para com os homens: "Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias." (Lm 3, 32).
Devemos, portanto, pedir a Deus que nossas riquezas nos sejam úteis e que elas não permaneçam conosco apenas na Terra, mas que, através de nossas obras e por intermédio de nossas riquezas materiais, tiraremos também a palavra do Senhor, pois está escrito: Não só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que vem da boca de Deus (Mt, 4,4), quanto mais bens pedirmos ao nosso espírito mais conformes seremos com nossas riquezas e nos afastaremos das palavras de Jó: o pão, em suas entranhas, se converterá em fel de áspides. Vomitará as riquezas que devorou e Deus lhas fará sair das entranhas (Jó 20, 14-15)


Jefferson Santos

Ultimamente tenho lido sobre uma religião (não sei se o termo religião definiria bem esse movimento) que prega a liberdade do pensamento cristão. Os Unitaristas ou Universalistas, ou até mesmo Cristãos Liberais, acreditam que “Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade.” (1 Tm 2,4). Sabemos que existe apenas um só Deus que governa o céu e a terra: “Ouve, Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR.” (Dt 6 ,4). E sabemos também que Deus enviou seu Filho pra apagar nossos pecados, e tomando para nós o seu sacrifício, alcançaremos o reino de Deus e seremos santificados pela sua glória, e, vistos também como seus filhos: "Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus." (Gl 3,26). Pois, todos aqueles que procurarem a Deus encontrarão a Cristo e todos que negarem ao filho, negará também ao Pai, pois o Pai está no Filho e o Filho está no Pai: “Quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus." (Lc 12,9).
Se vimos Jesus como um homem que sofreu barbáries por suas convicções, seria tal como um filósofo que usaria apenas a sua razão pra pregar o bem, mas o Cristo que espalhou a fé ao seus apóstolos e fez milagres, está além do nosso entendimento e não seria prudente submetermos nossa fé, a nossa razão. É nisso que se sustentam tais pensamentos liberais. Tal liberalismo busca na história, aquilo que sempre existiu a todo o tempo e transcende a própria história e está e sempre esteve presente antes e depois do tempo.

De tão liberais, eles lutam para legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Os unitaristas acreditam que Jesus é o caminho da comunhão e da salvação perante Deus, mais não excluem que outros como nós (cristãos) podem encontrar o caminho para a salvação  por meio de outras portas e que essas portas seriam tão verdadeiras quanto a nossa (Jesus Cristo). Lembramos que não estou falando sobre religião nem dogmas doutrinários, mas sim, a respeito de um dos mais básicos princípios de nossa comunhão com Deus. O principio de que Jesus é o único caminho que nos leva a verdade e que nos leva ao Pai. Esse pilar Cristão foi o que Paulo defendeu em suas cartas e que prega as igrejas do mediterrâneo - Jesus como Messias filho de Deus, diferindo da tradição judaica de onde o Cristianismo se levantou.

 "Porque ainda que tivésseis dez mil aios em Cristo, não teríeis, contudo, muitos pais; porque eu pelo evangelho vos gerei em Jesus Cristo." (I Coríntios 4,15)